sábado, 27 de novembro de 2010

Radioterapia


Radioterapia

A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes. Uma dose pré-calculada de radiação é aplicada, em um determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar todas as células tumorais, com o menor dano possível às células normais circunvizinhas, à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada.

As radiações ionizantes são eletromagnéticas ou corpusculares e carregam energia. Ao interagirem com os tecidos, dão origem a elétrons rápidos que ionizam o meio e criam efeitos químicos como a hidrólise da água e a ruptura das cadeias de ADN. A morte celular pode ocorrer então por variados mecanismos, desde a inativação de sistemas vitais para a célula até sua incapacidade de reprodução.

A resposta dos tecidos às radiações depende de diversos fatores, tais como a sensibilidade do tumor à radiação, sua localização e oxigenação, assim como a qualidade e a quantidade da radiação e o tempo total em que ela é administrada.

Para que o efeito biológico atinja maior número de células neoplásicas e a tolerância dos tecidos normais seja respeitada, a dose total de radiação a ser administrada é habitualmente fracionada em doses diárias iguais, quando se usa a terapia externa.

Radiossensibilidade e radiocurabilidade

A velocidade da regressão tumoral representa o grau de sensibilidade que o tumor apresenta às radiações. Depende fundamentalmente da sua origem celular, do seu grau de diferenciação, da oxigenação e da forma clínica de apresentação. A maioria dos tumores radiossensíveis são radiocuráveis. Entretanto, alguns se disseminam independentemente do controle local; outros apresentam sensibilidade tão próxima à dos tecidos normais, que esta impede a aplicação da dose de erradicação. A curabilidade local só é atingida quando a dose de radiação aplicada é letal para todas as células tumorais, mas não ultrapassa a tolerância dos tecidos normais.

Indicações da radioterapia

Como a radioterapia é um método de tratamento local e/ou regional, pode ser indicada de forma exclusiva ou associada aos outros métodos terapêuticos. Em combinação com a cirurgia, poderá ser pré-, per- ou pós-operatória. Também pode ser indicada antes, durante ou logo após a quimioterapia.

A radioterapia pode ser radical (ou curativa), quando se busca a cura total do tumor; remissiva, quando o objetivo é apenas a redução tumoral; profilática, quando se trata a doença em fase subclínica, isto é, não há volume tumoral presente, mas possíveis células neoplásicas dispersas; paliativa, quando se busca a remissão de sintomas tais como dor intensa, sangramento e compressão de órgãos; e ablativa, quando se administra a radiação para suprimir a função de um órgão, como, por exemplo, o ovário, para se obter a castração actínica.


Fontes de energia e suas aplicações

São várias as fontes de energia utilizadas na radioterapia. Há aparelhos que geram radiação a partir da energia elétrica, liberando raios X e elétrons, ou a partir de fontes de isótopo radioativo, como, por exemplo, pastilhas de cobalto, as quais geram raios gama. Esses aparelhos são usados como fontes externas, mantendo distâncias da pele que variam de 1 centímetro a 1 metro (teleterapia). Estas técnicas constituem a radioterapia clínica e se prestam para tratamento de lesões superficiais, semiprofundas ou profundas, dependendo da qualidade da radiação gerada pelo equipamento.  
Os isótopos radioativos (cobalto, césio, irídio etc.) ou sais de rádio são utilizados sob a forma de tubos, agulhas, fios, sementes ou placas e geram radiações, habitualmente gama, de diferentes energias, dependendo do elemento radioativo empregado. São aplicados, na maior parte das vezes, de forma intersticial ou intracavitária, constituindo-se na radioterapia cirúrgica, também conhecida por braquiterapia.


No quadro abaixo estão relacionadas as diversas fontes usadas na radioterapia e os seus tipos de radiação gerada, energias e métodos de aplicação.

Fonte

Tipo de radiaçãoEnergiaMétodo de aplicação
ContatoterapiaRaios X (superficial)10 - 60 kVTerapia
superficial


RoentgenterapiaRais X (ortovoltagem)100 - 300 kVTerapia semiprofunda
Unidade de CobaltoRaios gama1,25 MeVTeleterapia profunda
Acelerador LinearRaios X de alta energia e elétrons*1,5 - 40 MeVTeleterapia profunda
Isótopos radioativosRaios gama e/ou betaVariável conforme o isótopo utilizadoBraquiterapia


* Os feixes de elétrons, na dependência de sua energia, podem ser utilizados também na terapia superficial.

As unidades internacionalmente utilizadas para medir as quantidades de radiação são o röentgen e o gray. O röentgen (R) é a unidade que mede o número de ionizações desencadeadas no ar ambiental pela passagem de uma certa quantidade de radiação. Já o gray expressa a dose de radiação absorvida por qualquer material ou tecido humano. Um gray (Gy) corresponde a 100 centigrays (cGy).

Efeitos adversos da radioterapia

Normalmente, os efeitos das radiações são bem tolerados, desde que sejam respeitados os princípios de dose total de tratamento e a aplicação fracionada.Os efeitos colaterais podem ser classificados em imediatos e tardios. Os efeitos imediatos são observados nos tecidos que apresentam maior capacidade proliferativa, como as gônadas, a epiderme, as mucosas dos tratos digestivo, urinário e genital, e a medula óssea. Eles ocorrem somente se estes tecidos estiverem incluídos no campo de irradiação e podem ser potencializados pela administração simultânea de quimioterápicos. Manifestam-se clinicamente por anovulação ou azoospermia, epitelites, mucosites e mielodepressão (leucopenia e plaquetopenia) e devem ser tratados sintomaticamente, pois geralmente são bem tolerados e reversíveis.

Os efeitos tardios são raros e ocorrem quando as doses de tolerância dos tecidos normais são ultrapassadas. Os efeitos tardios manifestam-se por atrofias e fibroses. As alterações
de caráter genético e o desenvolvimento de outros tumores malignos são raramente observados. Todos os tecidos podem ser afetados, em graus variados, pelas radiações. Normalmente, os efeitos se relacionam com a dose total absorvida e com o fracionamento utilizado. A cirurgia e a quimioterapia podem contribuir para o agravamento destes efeitos.

Fonte: Controle do Câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. 2 ed. rev. atual. - Rio de Janeiro: Pro-Onco. 1993

Quimioterapia

O que é quimioterapia?

A quimioterapia é um tipo de tratamento para câncer que usa medicamentos para destruiras células cancerosas.

Como a quimioterapia funciona?

A quimioterapia funciona ao interromper ou retardar o crescimento de células de câncer, as quais crescem e se dividem rapidamente. Entretanto, a quimioterapia também pode danificar células saudáveis que se dividem rapidamente, como aquelas no revestimento da boca e intestino ou as que fazem o cabelo crescer. Os danos às células saudáveis ocasionam efeitos colaterais. Freqüentemente os efeitos colaterais melhoram ou somem depois que a quimioterapia termina.
O que a quimioterapia pode fazer?
Dependendo do tipo de câncer e seu estágio, a quimioterapia pode:
* Curar o câncer, quando a quimioterapia destrói as células cancerosas ao ponto que o médico não pode mais detectá-las no corpo e elas não retornam mais.
* Controlar o câncer, quando a quimioterapia impede o câncer de se espalhar retardando seu crescimento ou destruindo as células cancerosas que se espalharam a outras partes do corpo.
* Melhorar os sintomas do câncer, quando a quimioterapia diminui tumores que estão causando dor ou pressão.
Tipos de quimioterapia pela forma como é usada?
Algumas vezes a quimioterapia é usada como o único tratamento contra o câncer. Porém, mais freqüentemente, o paciente passa por quimioterapia juntamente com cirurgia, radioterapia ou terapia biológica. A quimioterapia pode:
* Diminuir o tamanho do tumor antes de cirurgia ou radioterapia. Esse tipo é chamado quimioterapia neoadjuvante.
* Destruir células cancerosas que podem permanecer depois da cirurgia ou radioterapia. Esse tipo é chamado quimioterapia adjuvante.
* Ajudar a radioterapia e terapia biológica a funcionar melhor.
* Destruir células cancerosas que retornaram (câncer recorrente) ou se espalharam a outras partes do corpo (metástase).
Tipos de quimioterapia de acordo com a forma como é dada.
A quimioterapia pode ser dada de muitas formas:
* Injeções.
* Intra-arterial, a quimioterapia vai direto na artéria que está alimentado o câncer.
* Intraperitoneal, a quimioterapia vai direto na cavidade peritoneal, a área que contém órgãos como intestinos, estômago, fígado e ovários.
* Intravenosa, a quimioterapia vai direto na veia.
* Topicamente, a quimioterapia á dada em creme esfregado na pele.
* Oralmente, a quimioterapia é dada em pílulas, cápsula ou líquidos que são engolidos.
Como o paciente se sente durante a quimioterapia?
A quimioterapia afeta as pessoas de formas diferentes. Como o paciente se sente depende de sua saúde geral antes do tratamento, tipo e estágio do câncer, tipo de quimioterapia e a dose. Algumas pessoas não se sentem bem logo depois da quimioterapia. Um dos efeitos colaterais mais comuns é a fadiga.
Pode-se trabalhar durante o tratamento de quimioterapia?
Muitas pessoas podem trabalhar durante o tratamento de quimioterapia, desde que ele se encaixe na agenda e não sintam-se muito mal. Poder ou não trabalhar depende do tipo de trabalho da pessoa. Se o trabalho permitir, o paciente pode trabalhar meio expediente ou em casa nos dias que não se sentir muito bem. 
Como saber se a quimioterapia está funcionando?
O médico fará exames físicos e testes como exame de sangue e raio-x. Não se pode dizer se a quimioterapia está funcionando baseando-se nos efeitos colaterais. Algumas pessoas acham que a quimioterapia está funcionado bem porque estão tendo muitos efeitos colaterais. Outras podem achar que a quimioterapia não está funcionando bem porque não estão tendo efeitos colaterais. A verdade é que efeitos colaterais não têm relação com eficácia que a quimioterapia está combatendo o câncer.


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Contatos

* Nosso Endereço:

* Av. Maria Quitéria, 2.476 – Queimadinha – Feira de Santana – Ba

* CEP  44.040-070

* Telefone: (75) 3226-5132 

Constituições legais e títulos

Estatuto Social Reformulado através de Assembléia Geral e de acordo com leis específicas
atualizadas, com registro em Cartório pertinente, assim como, todos os demais documentos

Certificado do Conselho Municipal de Assistência Social

Utilidade Pública: Municipal, Estadual com as devidas certidões periódicas pelos órgãos
competentes que atestam a permanência)

Extrato do Estatuto Social publicado em Diário

CNPJ atualizado   05.363.115/0001-64





Doações

* Doador fixo

- Através do carnê com contribuição a partir de R$ 10,00 (dez reais) ou depósito bancário na conta da AAPC.

* Conta Bancária:

- Banco: Caixa Econômica Federal, Agência 1611       C/C 0367-0

* Doações eventuais 

- Doação de alimentos – para compor a cesta básica e ajudar nas refeições oferecidas no alojamento. Os pacientes que estão em tratamento de quimio e radioterapia necessitam de uma alimentação saudável para sua recuperação. 

- Roupas e acessórios novos e usados – Contribuir com o bazar, com a campanha do agasalho e fornecer material necessários para as oficinas e cursos desenvolvidos dentro da Associação.

- Material de Limpeza e higiene pessoal – Para compor a cesta básica e utilização no alojamento.

- Material escolar, de escritório e recreação – Para uso das crianças e adolescentes e para utilização nos cursos.

- Encontros beneficentes – Grupos diversos promovem um evento em prol das pessoas com câncer, doando toda sua arrecadação ou parte dela para a AAPC.

* Telemarketing

- Alcançar a sociedade feirense através das ligações telefônicas feitas pelos nossos operadores, levando esclarecimento da dificuldade que o paciente de câncer enfrenta.

Atividades da casa de apoio

* Acompanhamento com psicólogo e psicanalista
* Suporte jurídico – orientação e auxilio através de advogado voluntário
* Encaminhamento social - aquisição do BPC e passe livre no transporte coletivo
* Distribuição de cestas básicas e leite
* Fornecimento de bolsa de colostomia
* Fornecimento de filtros de barro – para os pacientes que não tem água potável em sua residência
* Acompanhamento individual e familiar
* Reiki  e OKI-OME – terapias alternativas
* Iridólogas naturalistas
* Palestras educativas
* Festas comemorativas
* Bazar permanente de Novos e Usados
* Empréstimo de cadeiras de rodas, muletas, etc
* Oficinas de culinária
* Aulas de artesanato
* Cursos e palestras
* Dinâmica de grupos

Projetos

Projeto Hospedeiro - Atende as pessoas carentes que não moram na cidade e vem fazer o tratamento em Feira.  Elas são hospedadas com um acompanhante, recebem as refeições, atendimento psicológico e as provisões necessárias para atenuar o impacto de estarem fora do meio de sua convivência.

Projeto SOS MamaConfecciona prótese mamária para as mulheres mastectomizadas, que não tem condições de adquirir uma prótese de silicone nas farmácias e cirurgia de enxerto. Apesar de a reconstrução mamária imediata ser garantida por lei, nem todas as mulheres a querem ou têm acesso à ela.

Projeto Canguru IConsiste no apoio logístico, ou seja, transportar os pacientes com dificuldades das cidades circunvizinhas, dos distritos, dos bairros assegurando a conclusão dos tratamentos, as visitas residenciais e hospitalares, o transporte das cestas básicas e a freqüência nas atividades da Associação. O SMTT de Feira de Santana concede o passe livre municipal para as pessoas com câncer desde que estejam habilitadas a receber.

Projeto Canguru IIDoação de bolsas de colostomia para os pacientes com câncer de intestino.

O que é a AAPC?

Associação de Apoio a Pessoa com Câncer é uma sociedade civil, sem fins lucrativos ou econômicos, atuando atualmente sito na Av. Maria Quitéria, 2.476, bairro da Queimadinha, CEP: 44.040-070 , nesta cidade de Feira de Santana , Bahia, criada com o objetivo de amparar e trazer  benefícios as pessoas portadora de câncer que se encontram em vulnerabilidade social. “ Levantar a auto estima das pessoas que não têm condições de viver com dignidade”, como diz a presidente Maria Betânia Knoedt.
Trata-se de uma estrutura criada para atender a  crianças, adolescentes, adultos e idosos , propiciar  um melhor enfrentamento da doença, minimizar os problemas  daqueles que sofrem psicosocialmente,  promovendo o exercício da cidadania  a que todos eles têm direito.
·         Apoiar no tratamento a pessoa portadora de câncer, auxiliando-a no  aspecto psicossocial e    financeiro, quando for possível e se carente;
·         Estimular e desenvolver o espírito de equipes  entre os associados, visando um  correto atendimento dos interesses da coletividade assistida, aliado ao respeito e à preservação da ética e da dignidade human
·  Promover ou cooperar na promoção de atividades que  propiciem o   intercâmbio de informações técnicas a pessoa  com  câncer e seus familiares.
·   Doar um pouco do seu tempo  vai   ajudar  a aliviar  as dores e levar esperança para quem passa por momentos difíceis. Ser voluntário é um ato de fé , é doar um pouco de si mesmo  ao outro sem necessitar de remuneração.

O que é necessário para ser um voluntário?
·         Ter mais de 18 anos (respeitando a maioridade civil);

·         Estar disponível para dedicar-se por algumas horas ao trabalho da Associação;

·         Preencher uma ficha de inscrição e passar por breve entrevista;

·         Ser  responsável,  ter boa vontade e prontidão.

A história do "câncer"


"Analisando pela teoria, o câncer sempre esteve aí", afirma a paleopatologista Sabine Eggers, da Universidade de São Paulo. O câncer, pelo que se sabe hoje, é resultado de mutação genética. Como, desde o início da vida houve mutação, é razoável imaginar que a doença sempre existiu.

A mais antiga evidência de câncer, no entanto, remonta a 8.000 a.C. O tipo mais comum de neoplasia encontrada em fósseis, e ainda assim raramente, é o “osteossarcoma”, um câncer ósseo. "Para encontrar um único caso, é necessário estudar cerca de 5.000 fósseis com joelhos preservados", continua.

As primeiras descrições de tumores foram encontradas em papiros do Egito, e datam de 1.600 a.C. Existem também documentos na Índia, de 600 a.C., que descrevem lesões na cavidade bucal parecidas com câncer. O que fundamenta a teoria é que, por estudos arqueológicos, se sabe que aquela população comia sementes que são cancerígenas.

"Mas não podemos 'botar a mão no fogo", lembra Sabine. "Escritos antigos dos gregos e romanos referem-se, muitas vezes, a palavra 'tumor', mas pode ser qualquer tipo de inchaço ou algo maior do que deveria ser", continua.

Origem da palavra

Foi justamente um grego, Hipócrates, que cunhou a palavra "câncer". O "pai da medicina", como é conhecido, viveu entre 460 e 370 a.C. e usou os termos "carcinos" e "carcinoma" para descrever certos tipos de tumores. Em grego, querem dizer "caranguejo", pelo aspecto do tumor, as projeções e vasos sanguíneos ao seu redor fazem lembrar as patas do crustáceo.

Alguns séculos depois, entre 130 e 200 d.C., viveu Galeno, um médico romano. Considerado a maior autoridade na área por, ao menos, mil anos, ele foi referência no tratamento do câncer. Foi Galeno quem determinou que a doença era incurável e que, uma vez diagnosticada, havia pouco a fazer.

A medicina só começou a ter avanços significativos na Renascença, no século XV, quando floresceram por todos os lados cientistas e artistas, especialmente na Itália.

Michelangelo, um desses artistas, teria retratado em sua famosa escultura "A Noite" (La Notte), uma mulher com câncer de mama. A teoria baseia-se no aspecto disforme de seu seio, que, a considerar a habilidade do escultor, não foi casual.

Novas evidências

Somente no século XVIII o tabu da doença começou a mudar, com John Hunter, cirurgião escocês que sugeriu que alguns cânceres poderiam ser curados por cirurgia. Nesse mesmo século, um médico italiano atentou para o fato de que os hormônios poderiam ter influência sob a doença. Na Inglaterra, um médico escreveu um artigo alertando para os perigos do tabaco, que acabara de virar moda no país. E outro, percebeu que era grande a incidência de câncer na bolsa escrotal entre limpadores de chaminé.

A moderna oncologia desponta somente no século XIX. A descoberta da célula ganhara importância e, em 1867, o médico alemão Matthias Schleiden sugeriu que o câncer seria fruto da divisão de células doentes. Surge a anestesia e a cirurgia se desenvolve; a mastectomia radical, por exemplo, foi criada no final do século. Pesquisas lançaram os fundamentos da hormonioterapia e, em 1896, Wilhelm Röentgen descobriu o raio-X, que lhe valeria o primeiro Nobel de Física.

Armas de combate

Mas é somente no século XX que a pesquisa na área de câncer ganha vigor e as descobertas se intensificam. Em 1903, foram feitas as primeiras aplicações de radioterapia contra tumores. No entanto só a partir da II Guerra Mundial, com o desenvolvimento da medicina nuclear, é que a radioterapia surgiu como tratamento rotineiro contra câncer.

Ainda na I Guerra Mundial, Boveri, um cientista alemão, especulou que o câncer estaria ligado a aberrações no DNA das células. "Naquela época, havia poucas evidências de que o que ele falava seria verdade. Passaram-se cerca de seis décadas até isso mudar", conta Cristine Hackel, pesquisadora do Projeto Genoma Humano do Câncer Brasileiro e professora de medicina na Unicamp.

Outra importante observação levaria, anos mais tarde, à quimioterapia. Estudando o sangue de soldados expostos ao gás mostarda, verificou-se uma grande baixa dos leucócitos ou glóbulos brancos. Durante a II Guerra (1940-45), na busca de um gás mais poderoso, o Exército americano desenvolveu a mostarda nitrogenada, que se revelou eficiente contra certos linfomas. Nessa mesma década, o médico Sidney Farber testava os primeiros agentes quimioterápicos em crianças desenganadas com leucemia.

Essas primeiras drogas eram tão fortes que, por vezes, deixavam as crianças ainda pior, o que rendeu a Farber duras críticas. Sua persistência, no entanto, foi fundamental para desenvolver esse tipo de tratamento. Em 1956, com a ajuda da quimioterapia, aconteceu a primeira cura de um câncer metastático.

Dados mais precisos

A partir de 1960, outras teorias surgiram, como a da angiogênese. Entretanto a medicina ficou intrigada com duas interessantes descobertas; a primeira, referia-se a aberrações cromossômicas, que estariam ligadas a certos tipos de câncer.

"Notou-se, inicialmente, um cromossomo específico em pacientes com um tipo de leucemia", conta Cristine. A partir daí, outras formas de leucemia passaram a ser estudadas e, logo, outros tipos de câncer. "Isso permitia uma visão geral do processo, mas até então, pouco se sabia sobre os genes", continua.

Paralelamente, outros grupos de pesquisadores estudavam os chamados vírus oncogênicos, ou seja, vírus que, especulava-se, seriam causadores de câncer."Esse conhecimento vinha da experimentação com animais que desenvolviam certos tipos de leucemia ou tumores induzidos por vírus", diz Cristine. Ao estudar a seqüência genética desses e de outros vírus, descobriu-se que eles transportavam, na verdade, cópias de genes normais do organismo humano.

Foi a partir da junção dessas duas linhas de estudo que surgiu, então, a teoria dos oncogenes. O ser humano possui genes normais que controlam o crescimento e a divisão celular (os protoncogenes). Por algum motivo, esses genes podem sofrer mutações, ou seja, mudam de lugar, são ativados ou desativados, e alteraram sua função. Cada gene codifica um tipo de proteína que, por sua vez, irá exercer no corpo um "trabalho" específico. Se um gene responsável pela proliferação celular é modificado e produz uma proteína diferente, ele torna-se um oncogene. Essa mutação implicará na base de todo câncer, que é uma reprodução anormal das células.

"Mas nosso organismo tem condições de reconhecer essas lesões no DNA e repará-las; só que esse mecanismo, às vezes, não funciona", explica a pesquisadora. A tendência, aliás, é que, com a idade, funcione cada vez menos. Esse é um dos motivos que explicam o aumento da incidência de câncer em pessoas mais velhas.

O primeiro oncogene foi identificado em 1980. Em 1990, começou o Projeto Genoma Humano, colocando o revolucionário e promissor campo da genética na vanguarda dos estudos da medicina. Logo os cientistas perceberam que esse estudo poderia trazer benefícios para a pesquisa do câncer, originando o Projeto Genoma Humano do Câncer que, no Brasil, teve início em 1999. "A proposta é estudar quais são os genes diferencialmente expressos", teoriza Cristine. Em linguagem simples, o mais novo capítulo da luta contra o câncer consiste em entender quais são as diferenças entre genes normais e oncogenes.

Falta pouco

O século XXI começou com o fim da primeira fase do Projeto, que mapeou a seqüência de milhões de genes. "Agora é preciso refinar essa análise e buscar o significado das seqüências em cada tipo tumoral", afirma. Também é preciso descobrir como funcionam os fatores que induzem as mutações nos genes, desde vírus a poluentes. Até hoje, com poucas exceções, esse conhecimento é apenas estatístico. "Mas é confiável, porque indicam forte associação entre um hábito, como fumar, e um efeito", lembra. "Dificilmente vamos chegar a uma causa única que possa explicar todos os tipos da doença", acredita Cristine.

Fonte: Revista Hands nº 10 - junho / julho 2002.

Fatores de risco de natureza ambiental

Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados no meio ambiente ou podem ser herdados. A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco.

Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins) o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) o ambiente social e cultural (estilo e hábitos de vida).

As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os "hábitos" e o "estilo de vida" adotados pelas pessoas, podem determinar diferentes tipos de câncer.

•Tabagismo
•Hábitos Alimentares
• Alcoolismo
• Hábitos Sexuais
• Medicamentos
• Fatores Ocupacionais
• Radiações
• Hereditariedade

São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na oncogênese. Um exemplo são os indivíduos portadores de retinoblastoma que, em 10% dos casos, apresentam história familiar deste tumor.

Alguns tipos de câncer de mama, estômago e intestino parecem ter um forte componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de exposição dos membros da família a uma causa comum. Determinados grupos étnicos parecem estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica é rara em orientais, e o sarcoma de Ewing é muito raro em negros.

Fonte Inca - www.inca.gov.br

O que causa o câncer?

As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais.

De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, tais como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos.

O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais freqüente nesses indivíduos. Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células.

O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O que é o câncer?

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.

Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.

Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma.

Entrevista com Pe. Elias Cedraz

01. Quem é Padre Elias?

Padre Antônio Elias Souza Cedraz, nasci no dia 20 de julho de 1944. Fui ordenado padre no dia 20 de julho de 1975. Sou religioso da Congregação Salesiana. Cheguei em Feira de Santana no dia 11 de março de 1996, estou na Diocese de Serrinha, em Retirolândia desde 2009. Passei 11 anos na Paróquia Nossa Senhora da Conceição do Coité.

02. Qual sua primeira reação ao descobrir o câncer?

A primeira reação foi de espanto e pressa em tomar as providências urgentes indicadas pelos médicos.

03. Conte-nos um pouco da sua experiência com a doença.

A minha maior preocupação era deixar a Paróquia de Retirolândia. Pensei muito nas minhas irmãs, a morte do meu irmão em outubro 2009, mas estava disposto e confiante para enfrentar o tratamento. Os exames pré-operatórios foram desgastantes, mas tive muita gente me apoiando e fui em frente.

04. De que forma o senhor sentiu a presença de Deus durante o período da doença, e, sobretudo, no tratamento?

Eu sabia que muita gente estava rezando por mim. Era muita gente mesmo. Comuniquei à muitas pessoas amigas e a corrente de oração foi formada. O tempo que passei na UTI foi mais "longo" e mais doloroso. Se não fosse a presença e o acompanhamento de Gugu, das (dos) enfermeiras (os), médicos e a Psicóloga e Assistente Social, não sei se teria resistido. Senti a presença de Deus nessas pessoas.

05. O que ficopu como lição para a vida?

As lições que ficaram: 1º Precisamos valorizar a nossa vida cuidando da saúde; 2º Em nosso país, quem não tem plano de saúde...

06. Qual a mensagem para nós e para os que passam por essa doença?

A mensagem que deixo é de superação e muit aconfiança em Deus. Na clínica que fui várias vezes após a saída do hospital, tem um setor de quimioterapia. A alegria daquelas pessoas que aguardavam a sua vez para ser atendida me impressionou. E esta mensagem: "nunca, jamais se entregar, mas sempre se superar".